quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

O que se supera!


Feitos um para o outro, mas não feitos para estarem juntos.
É um contradição.
Que nem poeta entende.
A vida carrega
e a gente supera.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Namoro aos fins de ano.


A alma tem estado inquieta
em uma angustia silenciosa,
esperançosa,
uma ansiedade sem fim dentro do meu esômago.
a danada já sabe que em todo final
de ano ela vai de encontro ao seu grande amor.
E fica lá.
Compenetrada, segura,
de que toda vez que se encontram
é recíproco! Existe sim um amor recíproco:
Ela se deixa inundar
toda vez que ele vem aos pés dela.

Valer a pena.


O que vale cada dia é experimentar um pouco de tudo!
Sem padrão.
Sem regras.
É só uma questão de dar e receber,
sorrir e sofrer,
fazer acontecer,
cair e crescer.
Tudo do meu jeito, bem do meu jeito mesmo.
Que ninguém me segure,
mas que um dia me perdoem.
A vida é agora e
preciso que me vejam de todas as cores.
Quero às minhas chances.
Quero continuar.
Seguir até quando não se tem pra aonde ir.
Não compreenda,
me sinta.
E isso te basta.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Entre quatro paredes.





Somos de um jeito
sem fôlego.
Ninguém sabe explicar
porque o quarto fica tão quente
no jeito que a gente se sente.
O amor explode.
A vida explode.
A gente arde tanto
que vira um do outro.
Já não sei quando sou eu em você
ou você em mim.
Só sei que é um pedindo
o outro desesperadamente.
É que entre quatro paredes
não existe mundo,
não existe gente.
Somos nós dois,
nossa selvageria
e o que a gente sente.


Cacos.


E a droga da promessa que você quebrou?
Fez delas cacos assim como eu!
Mas engraçado! A mim você vem tentando remendar.




Quero um pouco do meu jeito.


A minha vida é todo dia de festa,
só pra eu ser bem mais do que excêntrica.
Festa na esquina, festa por respirar,
festa na minha cabeça, dentro do meu quarto,
dentro de mim.
To festejando sei lá o que.
É uma inquietação dentro de mim que ninguém entende.
E mesmo que seja cansativo,
ainda digo viva a festa só pra
tentar ser um pouco heróica.
Talvez um dia você brinde comigo,
dance comigo, fale tanta besteira quanto eu.
Venho arrumando um jeito
de te convencer.
Eu quero ser alguém  
pra deixar você sem ar.
Alguém que vai te fazer feliz,
alguém que quer a vida fervendo
e você dentro dela.
Preciso que cuidem das necessidades do meu peito,
que atendam meus desejos,
aceitem minha loucura,
sonhem comigo,
perdoem às burrices
e nunca queiram que eu seja a mesma me
acabando dentro de regras e uma figura sem graça,
moldada em formato padrão.
O que eu posso fazer?
Eu assumo pra você o meu amor, assumo sim!
Assumo também o quanto eu fui ruim.
Mas não é hora de mandar o amor à merda. É hora da vida continuar.
Eu sei o meu lugar.
Ou você está lá ou não.
Será que já da pra entender?





segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Existe!




Há quem resista dentro do seu universo moral,
pequena bolinha -de-gude de cristal.
Com sua roupa limpa,
roupas de marcas,
sorriso no rosto,
maquiagem ( é camuflagem)!
Há quem ande pelas ruas,
com sua postura de quem anda sob as àguas.
Que aponte pelo mundo
tudo o que ele não tem coragem no espelho.
E há aquele que sempre vem arrumando qualquer motivo
pra desmotivar o mundo com tudo aquilo que ele tem de podre, dentro do próprio vácuo
que se proporcionou.
E continua resitindo,
com seu sorriso,
roupa limpa,
cara pintada,
máscara barata.
Barata, tão barata,
que anda voando pelos esgotos da vida.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Serventia



Andaram me dizendo que eu era imprestável.
Imprestável pra lavar uma louça.
Imprestável pra ser boa moça.
Pra arrumar um bom trabalho.
A minha família desistiu de esperar que um dia eu trouxesse algum tipo de orgulho pra mostrar que eu sou filha de quem sou.
Já cansaram de me dizer que eu deveria parar de morrer de amores pelos cantos, mas ninguém entende que é vivendo de amor por tudo quanto é canto.
Já tentaram me sacudir pra que botasse os pés no chão dizendo "Acorda minha filha! A vida não é todo esse sonho cor de rosa." Mas ninguém percebe que ainda não descobri como se voa com os pés no chão.
Até meu cachorro se cansou e foi se enfiar em baixo da cama da minha mãe e não quis mais saber de mim.
E daí que eu sempre fui assim meio revoltada? Fazendo questão de contar cada estrela,
fazendo questão de querer enxergar o mar além do horizonte, de esquecer do tempo e tentando me desafiar?
Aprendi mesmo a ser uma bela filha da puta até mesmo com quem eu não precisava ser.
Fui cretina e assumo que fui mesmo. Mas senti algum mérito e um certo tipo de amor próprio quando descobri que isso ainda era me defender.
E não me venha com papinho de que se lhe derem um tapa na cara, ofereça o outro lado.
Tá ficando doido?
Tenho vergonha já que antes era aquele história de levar uma puxada de tapete, ser a mesma
tapada, sentar e chorar.
É por isso que hoje em dia te surpreendo com o pacote todo.
O que tem de doce tem de ordinária.
Fujo dos beijos e abraços da minha família pela falta de hábito do afeto que na realidade nunca existiu e não se acha um culpado pra isso. Aí rola aquela história de todo mundo ficar se apontando querendo brincar de Ping - Pong com a culpa.
Hoje fico com olhar pidão pra todos eles de quem não se conformou com tudo isso
mas passa anos em silêncio levando na perfeita normalidade.
Passei a curar minha carência em qualquer pedacinho ou breve espaço de amor que existe pelo mundo. Amor que nasceu comigo e morre comigo. Me entrego todinha pra ele e depois fico sofrendo por antecipação com medo do que ele resolva fazer de mim.
Na verdade sou uma grande bagunça.
Gosto da desordem, do inesperado, gosto do caos e do estrago. Gosto de tudo que faz bruscamente a merda do tédio oscilar.
E a sensação? De saber que era cegamente fiel ao meu romantismo mas descobri que adorava interpretar a cachorra que só quer sexo por sexo. Na verdade sempre tive nojo de quem se submete a uma seleção durante as baladas, festas e etc.
Ficar lá parada sendo analizada por qual peça de carne o cara vai querer te levar pra casa hoje.
Isso se ele não parar pra analisar seus dentes. Mas a coisa tá tão baixa que não dá tempo de avaliar, já vem outra logo puxando o cara pela calça ou encurtando a saia que já é quase um cinto e é por aí pra pior.
Juro que tentei me submeter a um ritual pra bancar a vagabunda pelo menos uma vez, coisa de amor sujo, você precisa se sentir mais suja que a decepção pra se convencer de que ele preferiu essa vida porque era melhor.  Mas quer saber? Nem pra ser vagabunda eu tava prestando, era a pior delas.  Queria aproveitar cada toque, a cabeça encostada no ombro, o carinho no cabelo e o beijo de boa noite. Tava enganando os caras só pra eu entupir algumas artérias com ilusão
e dia seguinte ir embora me sentindo imunda por conseguir sujar a minha fragilidade e sonhos estúpidos de menina.
Acho engraçado como recebo todo o tipo de rótulo sinônimos de algum tipo de insanidade, déficit de bom senso ou " doida de pedra".
Só erram feio se acham que é por causa de pedra. A loucura veio crescendo quando fui descobrindo o que era realidade. Aí não teve jeito, jurei disputa.
Me bate um orgulho quando penso em ter feito bom uso do verbo extravasar.
Vem uma sensação deliciosa de experiência.
A vida é esse tesão mesmo, um rebuliço sem pé e nem cabeça, que eu tenho improvisado com a minha loucura estampada de quem vive de amor e nada me estraga. Descobri que medo
mesmo além de avião e elevador era continuar a querer fazer meu máximo e ainda assim não ser boa o suficiente.
De perder dias da minha vida querendo ser alguém na sociedade clichê sem ser eu mesma, a imprestável para tudo que seja padronizado. De fato, pro fast-food, pro mastigado, empacotado, pra linha de montagem de Henry Ford, pra mais uma Barbie na sua estante. Eu nunca vou prestar. Me falta ingredientes, falta de ar, algumas peças e ainda por cima não sou aquela gostosona de bunda dura de academia. Admito que amo ser branquela e conviver bem com as gordurinhas localizadas.
A verdade é que reclamam que eu sempre fui o que eu não deveria ser.
E eu sempre fui tudo aquilo que talvez eu nem quisesse ser.
Só sei que eu sou assim mesmo. Sendo é que você me descobre.
E descobri mesmo é que eu não presto pra sempre ter que compreender, perdoar ou deixar pra lá.
Porque eu também sou gente.
Não presto pra ficar quieta um minuto sequer.
Não presto pra dormir sozinha. Pra tomar um café amargo às oito da manhã e me submeter a cargas horárias de prestação do meu serviço. Não é vadiagem. É que só de pensar em rotina, mesmice me dá pânico, por isso sempre procurei trabalhos doidos.
Não presto pra ser totalmente madame porque às vezes sou meio homem, às vezes sou meio escrachada, sou largada, bagunceira e boca suja.
Só não parti pro charuto com meus pés pra cima na varanda, porque isso realmente não me atrai no momento.
E no fim, eu realmente acho que não presto nem pra sustentar meu orgulho lá em cima e dizer que posso parar de querer você a hora que eu quiser. Que eu ficaria bem sem você e seria muito feliz.
Dizer, eu poderia dizer, mas eu sei que não seria.
Aí eu cansei de tudo isso e resolvi contar que eu presto mesmo é pra ser alvo de todas as críticas, porque dou espaço pra elas com toda a espontaneidade e inconseqüência por tabela. 
Presto pra assumir na maior cara de pau que eu não presto mesmo pra nada disso.
Não presto pra ser a melhor filha, não presto pra ser a biscate ( porque agora parece que virou moda ser), não presto pra encarar rotina, pra ficar sozinha, pra ser durona e nem pra fazer meu cachorro voltar a dormir no meu quarto.

 Eu só preciso do meu caderno, do meu som rodando e um cigarro queimando porque eu sou ótima em passar a vida toda toda subindo em palcos, abrir uma cerveja no dente, surpreender os outros e amar você como nunca amei ninguém. E quer saber? Pra mim já tá muito bom.