terça-feira, 29 de outubro de 2013

A liberdade é minha e o veneno também!



Dá raiva pra cacete tentar dormir e ter que lidar com memórias surpresas. Daquelas que se associam com o coração e pulam como flashes pra lembrar da sua carência e sensação de angústia.
É péssimo saber que o melhor pra noite de hoje é uma garrafa de cerveja e uma vontade mísera, uma esperançazinha, de algum fato estrondoroso acontecer pra dar um baita choque na alma.
O maior desafio é se livrar da tormenta de gostar.
Gostar, te deixa fadado a se acostumar. Gostar te deixa fadado a se apegar somente aquelas lembranças de carinho, de pegação, de olhos nos olhos e do pra sempre em questão.
Como é estúpido! Como pode ser tão bosta a gente viver, se calejar, se dificultar, e surpreendentemente se deixar levar pelos embalos de uma vida nova . Com aquela disposição juvenil. Com aquela fé bonita e rendida.
Tenha santa paciência!
Tudo de novo? Mais uma vez?
Porque ele precisa ser a pessoa que me mostrou o que é segurança? Porque ele precisa ser a pessoa que pegou todos os meus cacos e reformou o que tinha de melhor dentro de mim? Porque? Precisa existir mesmo esse tipo de gente capaz de reconstruir e empurrar nossa vida do lugar pra fazer a gente feliz?
Pra quê?
Me deixa ali quietinha. Com minhas inseguranças. Com as minhas cabeçadas. E principalmente, me deixa ser livre. Assim não corro riscos. Não tô disponível pra isso nessa altura do campeonato. Não era pra ter me dado uma rasteira quando tudo estava em paz.
Não sou mais do tipo que faz questão dos outros. Estou no nível mais elevado que existe da exaustão. Exaustão de gostar. Exaustão de esperar. Exaustão de se doar.
Eu quero usar um pouquinho. Acreditar um pouquinho nas mentiras que me fazem bem. Aquele mundo gostoso, sujo, inventado, de amor fácil e rápido. De sexo e patifaria. De bebida e horas lentas.
Tô me entregando. Estourei os pontos.
Ele que me fez tão bonita e forte. Abriu a janela e me deixou ir embora!
Isso dói. Fere. Pisoteia o orgulho. Mata a crença.
Que assim seja.
Abri a porta, tropecei no passado e senti uma agulhada de saudade.
Ainda tô por aqui, me envenenando de raiva, mas com uma facilidade incrível de ser.
Vai demorar pra encarar alguém nos olhos e deixar que me tirem a máscara.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

E seja o que eu quiser.


A vida é realmente rude quando ela simplesmente resolve estripar suas certezas.
Como pôde ela puxar seu tapete?
Um belo dia, você acorda, toma um café com pressa, esquece de assoprar as velas porque tá sem tempo e sem auto estima o suficiente pra pensar em si mesmo, e... fica ali, sentado, bufando, sem saber por onde começar. Afinal, o final vai chegar. Bateremos as botas e pronto.
Mas começar? Por onde se começa?
       Não acho justo. A gente acende um cigarro pra ver se o final vem mais rápido e resolve tudo, mas é um tanto covarde. Então... o jeito é relaxar e sentir que tá difícil. Tá difícil ficar sem dinheiro. O dinheiro não é tudo, mas serviria pra trazer honra e dar conta de mim. Tá difícil se ver mais gordo, mais velho, mais esperançoso e se sentir ridículo por tudo isso.
  É bárbaro pensar que em um momento se tem segurança, tem um cais no porto,
uma família e amor no peito. E de repente, se pega acreditando em tudo sozinho. Chupando o dedo. Tá desequilibrado. Escutando os amigos  dizerem frequentemente que tá rolando um tensão pessoal. Uma loucura que pode ser um crime a saúde e moral. De repente, o seu porto afunda. O amor no peito serve unicamente pra te fazer criar vergonha na cara e ter amor próprio. Família? Passa a depender apenas da própria vontade de ter uma família.
       O que resta? Resta alguma piada genial da vida pra ela rir um pouco da sua cara?
Não. Na verdade. É revoltante. Ela dá um jeito de testar a sua capacidade de adaptação.
Sim, os mais fortes sobrevivem e os mais fracos passam dias bebendo com um pouco de depressão.  Aí, ergue-se a cabeça e pede-se um tiquinho de qualquer coisa pra dar felicidade instantânea. O que acontece? Pulam pessoas na sua vida. Pessoas que talvez, devessem ter ficado onde estavam, bem guardadas. Porém, acabam por entrar afundo, nas palavras, na fragilidade do nosso caminho quebrado.  E sim! Conseguimos nossa felicidade instantânea. E isso deixa um vazio maior.  Ainda vão te obrigar a reconstruir tudo. É necessário, dinheiro, família e um barquinho pra botar tudo dentro e chegar num porto seguro.
  Enquanto nada disso acontece, a paciência acaba, o sono persiste e é bom se mimar. Resolve-se jogar tudo pro alto e pedir pro mundo esperar. Ele deve estar me atropelando nesse exato momento.
         Mas aquela lá, ordinária, bem do começo, a tal vida, arruma jeitos de te mostrar que é bom parar de frente com seus monstros, que é bom liberar um pouco da fumaça escura que polui a nossa ingenuidade estúpida, e definitivamente é bom se sentir dono de si mesmo. 
É tão juvenil essa rebeldia sem foco. E seguir dando cabeçada, tropeçando, chutando o pau da barraca, se sentindo firme e forte na loucura de se entregar pra tudo quando não se tem nada.
 Esse empurrão de liberdade repentina, foi um tapa na cara, igual ao dia que meus pais me soltaram da bolha protetora, perfeitinha e intocada, apenas pelo fato dos dezoito anos terem sido teoricamente importante na diminuição do fardo de carregar uma adolescente mimada. E disseram:
- Vai!
Eu fui... e me estrepei. E acredito que vou continuar por muito tempo. Mais velha. Mais sentimental. Quebrando a cara e ainda sim sem saber o que quero da vida e como vai ser.
Flutuar não é confortável. É aterrorizante. Mas quando não se tem nada melhor que isso, aproveita-se o embalo e levanta-se voo. E agora, mais do que nunca, acredito que nasci pra ser mulher de paixões.  Vivê-las breves ou esticar enquanto der.  Mais do que nunca é um desafio voltar pro mesmo lugar, quando não há o mesmo sabor ou cores pra me segurar.
Agora sim, posso afirmar:  paixão passa, a paciência passa, o amor... bom, ainda não sei. Só não passa a nossa abençoada liberdade e a vontade de ficar rico.
E a vida? Quem sabe um dia perdoo. 

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Ringue! Cada um tem o seu.

Não! Não sinto muito por toda a tempestade que meu corpo sofreu. Não sinto pela bagunça que você já veio tantas vezes fazer na minha vida apenas pela sua diversão doentia. Não tenho medo das chicoteadas de fel na garganta. E muito menos tenho pena do meu sorriso ser tão maduro depois de cada passo pesado pra sentir o chão. Não tenho orgulho de segurar tanto orgulho porque já foi necessário. Não tenho vergonha dos comprimidos grandes e gordos pra calar um pouco da luta no fim da noite. Lembranças são amuletos nos quais penduramos toda nossa fé pra marchar em frente. Viver é questão de honra e um tesão sem culpa e não vou sentir muito por dizer tantos nãos. Meu corpo é escudo, prazer e matéria pra prender e aprender. Minha alma é fonte pra beber da minha própria força. Minha mente é prolixa, me faz visitar inúmeros universos e meu coração é um grande portal pro céu, com amor pra recrutar todas as impurezas, toda a imperfeição e todo o erro. Amor também é sujo e eu não sou de aposentar as luvas de boxe.
Tragam meu copo e uma dose de fôlego que eu vou mergulhar de cabeça.

domingo, 31 de julho de 2011

Vai que você entende e de repente fica!

Tenho medo de tentar sair por aquela porta e você não me pedir pra voltar.
Descobri que gostar é tão bom, faz a vida da gente ser de uma graça imensa. Mas descobri que gostar também da medo.
Amo o frio na barriga que você me faz sentir, mas tenho medo desse frio virar terríveis cólicas.
Eu que tava sempre ali, quietinha, fechada, sossegada numa paz bem disfarçada e de repente vem você tirando toda a inércia com esse sorriso lindo, com as nossas conversas de horas, com o jeito que você cuida e me olha nos olhos.
Amo o jeito que você vem e me abraça de madrugada, a sua voz macia que eu perderia um dia todo só escutando você falar porque isso me acalma e gosto demais. Gastaria horas e dias com você, fazendo qualquer coisa, porque sempre me encantei e vi graça em qualquer coisa feita ao lado de quem eu quero.
Nunca quis que você chegasse e me prometesse acorrentar nossos mundos ou que me desse algum.
Nem sei como pedir pra você não ir embora nas noites mais frias e pra ficar enrolando de manhã enquanto a cama ainda tá quente. Nem sei como dizer o quanto isso assusta tanto, já que eu sempre durona, nariz empinado e de mal com o cupido, achei que sozinha eu ia me dar bem. Mas desde que você chegou, entendi que preciso assumir que eu tava era vivendo em bolhas. Bolhas à prova do mundo. Bolhas à prova de gente. E foi tudo tão rápido que ainda continuo assustada. É por isso que comigo é andar de montanha russa às vezes e em outras é tranquilo como a rotação de uma roda gigante.
Descobrir que meu coração pode ter dono de novo me dá pânico, mas como seria lindo segurar na sua mão de olhos vendandos e simplesmente dizer: - Me leva!
Dormir com meu pé grudado no seu parece ser tão clichê, mas é que descobri também que todas essas bobeiras fazem as nossas vidas serem diferentes. Quero que seja você a razão deu sorrir tanto que acabo com cara de idiota depois de tanto que sou surpreendida. E já que a vida é uma reviravolta, que seja você também a razão pra que as lágrimas não pesem tanto no meu rosto.
Nem sei se eu queria gostar desse jeito todo. Era mais seguro eu ter te mandado embora no primeiro dia de um jeito simples, fácil e indolor. Não sei como foi que você fertilizou essa minha admiração, como foi que entre tantos você conseguiu ser o único. Mas eu ainda quero saber se eu posso te deixar guardado nesse mesmo lugar que você roubou só pra você bem aqui na minha vida e no meu peito.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Saindo do armário. De baixo da cama. Saindo pro mundo!

Amo matar toda essa minha prestatividade, essa coisa bonita e tola que me faz comprar briga todos os dias comigo mesma. É mulher ácida assassinando menina doce. Talvez eu seja o produto final de um eterno conflito, corroído, dolorido e ainda sim extasiante de prazer por deixar meus monstros descaradamente livres. Me falta coragem pra ser limpa e pura, é responsabilidade demais. Não me rendo nunca, mas no olhar perdido se vê uma certeza, alguma coisa cruelmente mudou.

Notas do meu perfume.

A minha essência nunca vai ser dada por perdida. O que mudou foram as minhas escolhas, as pessoas que eu escolho, o coração menos bobo ou não. Muita intensidade e muita pressão pois quero absorver cada superfície, cada momento, cada miseravelzinho sentimento que eu descobrir por aí.

É simples!

Deixar as coisas passarem para que se tornem apenas lembranças não é fácil, ainda mais quando no encontro dos olhares sabe-se que é mais do que se pode falar. Guardar no coração que enquanto durou sempre valeu a pena não faz ser mais fácil, mas faz ser mais bonito. Por isso, não espere que seu limite se estenda pra acompanhar o de outra pessoa. Não espere que alguém vá por você até onde você iria por ela. Às vezes é possível a reciprocidade, mas não saia por ai vivendo disso. De verdade? Não espere alguém absoluto, não existe, então não tente ser. E também não julgue por isso. Vai ser feliz porque é simples.